Exorto-os a penetrarem mais profundamente no significado vital destas palavras através da meditação:
As primeiras três linhas referem-se à Mente de Deus, como ponto focal para a luz divina. Refere-se à alma de todas as coisas. O termo “alma”, com o principal atributo de iluminação, inclui a anima mundi, a alma animal, a alma humana, e aquele ponto culminante de luz que consideramos como a alma influente da humanidade. É um aspecto da manifestação divina, à qual se refere o grande Filho de Deus manifestado como Shri Krishna, quando exclamou: “Tendo compenetrado todo o universo com um fragmento de Mim Mesmo, Eu permaneço”. Este fragmento é a alma de todas as coisas. Esta alma traz a luz e difunde a iluminação.
Nas três linhas da segunda estrofe é invocado o coração de Deus e considerado o ponto focal de amor. Este “coração” do mundo manifestado é a Hierarquia – o grande agente transmissor de amor para cada forma da manifestação divina. Não é necessário expor sobre a “natureza essencialmente amorosa” da Hierarquia; muito já se escreveu sobre ela, pouco se compreendeu e muito se falou do amor sem se ter compreendido suficientemente a tarefa que a Hierarquia empreende quando transmite amor.
O amor é uma energia que deve chegar aos corações dos homens e fecundar a humanidade com a qualidade da compreensão amorosa – é o que o amor e a inteligência expressam quando se unem.
As três linhas, da terceira estrofe se referem a Shamballa – a “o Centro onde a Vontade de Deus é conhecida” – o centro do qual a Hierarquia extrai sua vida, à medida que desperta na humanidade o impulso de servir. Como bem sabem, estas linhas indicam que a humanidade ainda não está apta a captar o propósito de Sanat Kumara. Somente os Membros avançados da Hierarquia e pelo menos os iniciados de terceiro grau (o primeiro grau da Loja de Sirius), têm uma ideia da natureza do propósito que subjaz no Plano. Reflitam sobre esta frase.
Tendo invocado os três aspectos ou poderes da Mente, do Amor e da Vontade, as três linhas da quarta estrofe indicam a fixação duradoura de todos estes poderes na própria humanidade, no “Centro a que chamamos raça dos homens”. Aqui, e somente aqui reside a promessa do futuro e sua esperança e oportunidade. Aqui, e somente aqui, todas as qualidades divinas em tempo e espaço – podem se expressar e cumprir; aqui, e somente aqui, pode verdadeiramente nascer o amor, atuar corretamente a inteligência e a Vontade de Deus demonstrar sua boa vontade efetiva. Por intermédio da humanidade, só e sem ajuda (exceto pelo Espírito divino que existe em cada ser humano), pode “ser selada a porta onde mora o mal”. Não é Sanat Kumara que sela esta porta; não é a Hierarquia que obriga o mal a retroceder ao lugar de onde veio. É a humanidade que luta, aspira e sofre, à qual foi confiada a tarefa e, irmão meu, a humanidade é apta para esta tarefa.
Aqueles que empregam com muito poder a Invocação têm sempre em conta esta afirmação, a qual serve para enfocar e fixar no reino humano as energias invocadas. Tal é a Sua tarefa. Daí em diante a humanidade assume o encargo deste trabalho.
Esta Invocação é também única porque invoca os três aspectos divinos. É sintética em sua perspectiva. Isto se realiza pela primeira vez na história humana. Até agora o desenvolvimento do gênero humano não havia justificado tal expressão.
[Discipulado na Nova Era Volume II]